Tempo de deixar o tempo seguir.

       Os planos que um dia eu fiz, nunca deixarão de ser planos. Será tempo perdido, todos aqueles em que eu dediquei meu coração, meu corpo, minha alma e minha paixão a momentos que se foram e não voltam? Terá sido desperdício de vontade, de verdade, de viver? Tamanha força e agora nada. Grande era antes, por ser apenas. Agora é nada, pois não é tudo e nem tudo será. Ou, é? Nada com sentido é de grande verdade para mim. Pois, o não sentido do mundo alimenta a minha curiosidade e a minha vontade de viver. Eu tenho, eu possuo. Eu consigo deixar de sorrir e voltar a chorar. Contrário, talvez. Deixar de chorar e voltar a sorrir, então.  Sorrir, com os olhos. Com a alma e com o coração e não apenas com os lábios. 
        Se todo o tempo foi perdido, não há como saber. Não creio. Aliás, não quero acreditar. Tempo perdido não é. Tempo não se perde e nem se ganha. Tempo é infinito, incontável, invisível. Eu não o perdi. Ele continua aqui. Todo o tempo que passou e todo o tempo que nesse momento, único, passa. Todo o tempo eu passo pensando e o tempo todo eu desejo que esse tempo, sem fim e nem começo, acabe. E é tudo muito pior quando o tempo não quer continuar seu fluxo e fica querendo voltar. O tempo da memória, o tempo de lembranças. E agora, é o tempo de esquecer? Não. Não se esquece. Não se perde, não se desiste. Esse é o tempo de lembranças esquecidas, de tempos que há muito se foram. Tempo do próprio tempo se fazer. É o tempo invisível que vem e vai sem ser percebido e que carrega com ele -o tempo todo- todo o tempo.

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